Cascata Amilóide
As duas principais características da doença, observadas pela primeira vez pelo neurologista alemão Alois Alzheimer há cem anos, são placas e emaranhados de proteína no córtex cerebral e no sistema límbico - responsáveis pelas funções cerebrais superiores. As placas são acúmulos encontrados do lado de fora dos neurônios e são constituídas por uma pequena proteína chamada beta-amilóide, ou A-beta. Os emaranhados ficam dentro dos neurônios e de suas projeções ramificadas (axônios e dendritos) e são formados por filamentos da proteína tau.
A A-beta é derivada de uma proteína maior
chamada de precursora de beta-amilóide, ou APP. As moléculas de APP fincam-se
na membrana celular, com uma parte da proteína dentro da célula e outra para
fora. Duas proteases (enzimas de quebra de proteína) - beta-secretase e
gama-secretase - retiram a A-beta da APP, processo que ocorre em praticamente
todas as células humanas. A razão pela qual as células produzem A-beta não é
clara, mas o processo pode ser parte de uma rota de sinalização.
Antes de ser retirada, uma
parte da A-beta fica no interior da membrana onde a APP se ligou, entre suas
porções interna e externa. Como as membranas são compostas por lipídios
hidrofóbicos, a região da proteína que atravessa a membrana contém aminoácidos
hidrofóbicos. Quando a A-beta é arrancada da APP pelas secretases beta e gama e
é liberada no ambiente aquoso fora da membrana, as áreas hidrofóbicas de
diferentes moléculas A-beta unem-se umas às outras, formando pequenos blocos
solúveis. No início dos anos 90, Peter T. Lansbury Jr., hoje na Escola Médica
de Harvard, mostrou que, em concentrações altas, as moléculas A-beta em um tubo
de ensaio podem se unir na forma de estruturas fibrosas similares às
encontradas nas placas do mal de Alzheimer. Tanto as formações solúveis quanto
as fibras de A-beta são tóxicas aos neurônios cultivados em laboratório, e as
primeiras podem interferir em processos de aprendizado e memória em
camundongos.
HIPÓTESE COLINÉRGICA
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