Propedêutica/
parte 2
O
quadro clínico da síndrome motora periférica decorre de distúrbios da unidade
motora, que é definida como o conjunto formado pelo motoneurônio e fibras
musculares sob sua inervação.
Numa
lesão motora periférica diferentemente da central, observa – se diminuição ou
abolição dos reflexos miotáticos, pois, com o acometimento dos motoneurônios,
não existe mais a alça eferente do arco reflexo e, com isso, uma resposta
motora perceptível. O tônus muscular encontra- se na maioria das vezes
diminuído, essa hipotonia deve–se em parte à diminuição do reflexo de
estiramento do músculo, pois sem ele as fibras musculares não podem manter uma
condição de relativa contração durante o estado de “relaxamento” do repouso.
Essa paralisia com perda de tônus muscular dá origem ao termo de paralisia
flácida. Mas é importante lembrar que na fase aguda da lesão do neurônio
superior pode–se encontrar um estado de hipotonia.
Percebe-
se nas lesões dos motoneurônios uma atrofia muscular precoce, diferenciando da
lesão central, pelo fato de aquela se deve a uma subsolicitação do músculo,
sendo mais tardia e menos pronunciada. Dentro do espectro de avaliação do
trofismo muscular existe uma condição chamada de pseudo – hipertrofia. Em que o
tecido muscular é substituído por fibrose e tecido adiposo, como a distrofia de
Duchenne.
Na
síndrome do neurônio motor inferior, quando ocorre lesão no corno anterior da
medula são observadas fasciculações, são contrações involuntárias de uma
unidade motora. Tendo como explicação, a acetilcolina circulante na corrente
sanguínea poderia desencadear pequenas contrações ou após a lesão nervosa os
canais de cálcio tornem-se autônomos e permitam a entra desse íon, levando a
contração do músculo.
Em
pacientes com lesões periféricas existe uma marcha parética típica, a marcha
escarvante.
Lesões
no corno anterior da medula:
Exemplo
desse tipo lesão poliomielite causada por um vírus neurotrópico, acometendo desigualmente
grupamentos musculares. Não existe alteração da sensibilidade e os reflexos
miotáticos estão diminuídos ou ausentes. Encontra- se uma hipotonia flácida dos
músculos da região acometida. Com o passar do tempo, a atrofia muscular é
proeminente. Além disso, ocorre fasciculações.
Raiz
anterior da medula ou raiz ventral:
Encontra-
se nessa lesão fraqueza local, com hipo ou arreflexia e hipotonia, atrofia está
presente, no entanto, não se encontra fasciculações.
A
causa mais característica de lesão da raiz anterior são hérnias de disco que
podem ser dois tipos: central ou lateral. Outra síndrome que pode acometer as
raízes nervosas é a polirradiculoneurite, uma doença sistêmica auto – imune,
que causa fraqueza global, arreflexia e ausência ou discreto déficit sensitivo.
Neuropatia
periférica:
Distúrbios
dos nervos periféricos, que causa fraqueza localizada de um nervo periférico,
associado ao déficit sensitivo do mesmo segmento. Essa lesão tem um quadro de
fraqueza nos músculos lesados, além de hipotonia, hipo ou arreflexia e, com a
evolução do quadro, atrofia proeminente.
Um
quadro neuropático pode ser devido a lesão tóxica, metabólica ou traumática. Os
primeiros sinais neuropatia podem consistir em formigamentos, queimações e
disestesias em faixa.
Junção
neuromuscular:
As
doenças que acometem esse segmento são geralmente sistêmicas, exemplo miastenia
gravis. São caracterizadas por fadiga insidiosa e fraqueza flutuante dos
músculos. Ocorre fraqueza preferencialmente em alguns músculos da face, o tônus
muscular apresenta – se mantido, não
existem fasciculações ou alteração da sensibilidade.
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